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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Banco Central deve encerrar ciclo de alta dos juros, apontam analistas

O Comitê de Polítia Monetária do Banco Central (Copom) deve encerrar o ciclo de alta na taxa básica de juros, após cinco elevações em 2011, na reunião que começa nesta terça-feira e termina amanhã em Brasília, na sede da instituição.


No último encontro, em 20 de julho, o BC anunciou uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros da economia brasileira. Com isso, a taxa Selic chegou a 12,50% ao ano.


A desaceleração da economia, que pode crescer abaixo de 4% este ano segundo algumas estimativas do mercado, o clima de incerteza aliado ao fraco ritmo da economia internacional, principalmente nos Estados Unidos, União Europeia e Japão, embasam a opinião dos especialistas.



Além disso, um maior comprometimento do governo em reduzir gastos também é apontado como um ponto positivo para que o BC reveja sua estratégia para a política monetária em 2011.


Para o economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor do Banco Central, Ilan Goldfajn, para a decisão de quarta-feira não existem muitas dúvidas de que o Copom encerra o ciclo de elevação de juros iniciado em janeiro. "O ciclo de alta pode ter chegado ao fim. Mas uma redução de juros ainda vai depender dos efeitos da turbulência externa na economia brasileira", diz.


Segundo especialistas, esse cenário já vinha sendo discutido no mercado, mas ganhou traços mais realistas após as fortes oscilações registradas nas bolsas de valores de todo o mundo com os dados fracos sobre a atividade econômica das nações da Europa e nos EUA, mesmo após a elevação do teto da dívida americana, aprovada no início do mês.


Para Jankiel Santos, economista-chefe do Espirito Santo Investment, avalia que o discurso da autoridade monetária sinaliza para o fim da alta de juros. “Trabalhamos com a manutenção dos juros em 12,5% nesta quarta-feira", diz Santos. Apesar de sinalizações na redução do ritmo da economia e de novas medidas na área fiscal, o Banco Central não trabalha com movimentos de curto prazo, como uam recente elevação do IPCA-15, para basear suas decisões de política monetária.


"O Banco Central não costuma agir com base em eventos no curto prazo", diz Santos. "Se o governo sinalizar o cumprimento da meta já definida, nada muda de imediato nos juros uma vez que esse cenário já está nas projeções da autoridade monetária", acrescenta.


Marlon Santos


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